O ônibus já estava com o motor ligado quando ela, enfim, pegou a mala e levantou-se do banco. A mala era pequena demais pra tanta coisa que estava dentro. Na verdade, boa parte da bagagem ela trazia na mente - e outra tanta, no coração.
Ah... o tempo voou como uma águia.
Um pé no degrau, uma lágrima pelo rosto e um suspiro demoradamente profundo anunciaram alguém gritando seu nome. De repente, mas não mais que de repente, ela engoliu o soluço e procurou à sua volta - ela e mais todas as pessoas que estavam por ali.
- Ei, espera! - gritava uma mão levantada no meio da multidão.- Espera! Espera!
E ela tirou o pé do degrau, enquanto o motorista franzia a testa: "Já estamos atrasados... você vem ou não?".
Como se lesse os pensamentos dele, ela sorriu e disse:
- Desculpe, mas acho que vou ficar.
Ele - o da mão levantada - usou a mesma mão para segurá-la firme pela cintura.
- Vê se não faz mais isso comigo...
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